questão de preferência

Mas que bela boneca de porcelana fina. Os lábios bem avermelhados, as bochechas bem rosadas e os olhos, pintados com um fino pincel, a tinta preta era marcante. Não parecia ser frágil, mas apenas um pequeno descuido poderia quebrá-la. Não era feita de marfim, era de porcelana, oras. Não era dura, apenasfria e delicada. Rachada por dentro e inteira por fora. Fria por fora, a aparência fria era sua principal armadura. Não haviam armadilhas para chegar até ela. Mas, era impossível ultrapassar sua armadura. Passou a ser impossível penetrar seu coração.Os cabelos eram fios gregos que a emolduravam, e lhe davam a sutileza de uma boneca feita a mão. Cabelos aqueles intocados. Estava sempre solitária, sempre protegida, sempre para si. Sempre haveria um jovem a apreciá-la, sua beleza celestial. Parecia ter sido feita pelos anjos, cuidadosamente pintada e finalizada pelo melhor dos pintores. Não haveria, no mundo, boneca tão bela quanto ela. Ninguém jamais acreditaria, quando eu contasse, que apesar de parecer ser feita de marfim. Era apenas uma pequena boneca de porcelana, rachada em suas extremidades e com lágrimas a serem pintadas em seus olhos. Tinha em si marcas de sofrimento, marcas de amadurecimento. Era mais delicada que a maioria das bonecas de porcelana, e tinha sua fortaleza recobrindo sua verdadeira face frágil. Ora, mas que mas que bela e desastrada bone. De supetão, cai no frio piso e não se torna nada mais do que pequenos pedaços de porcelana. Prontos para ferir os desavisados.

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